SUA HISTÓRIA COMO ACOLHEDORA DO CRISTIANISMO TRADICIONAL E O REFORMADO
Com os seus 20.000 (vinte mil) habitantes a cidade de Borda da Mata está situada no sul de minas e na microrregião de Pouso Alegre do qual ela foi Distrito, tendo-se emancipado em 1934. Sua história começa em 1.750 quando o casal “Fagundes” de Atibaia-SP se instalou as margens do rio Mandu com as atividades de fazenda - Pertenceu a rota do garimpo, e fazendeiros de várias regiões foram chegando para iniciar a exploração agrícola. Borda da Mata sempre esteve na rota do progresso! Próxima do estado de São Paulo (160km) tinha facilidades para escoar seus produtos pelas mesmas estradas de terra. Para o Vale do Paraíba iam porcos para abastecer o mercado de carne e banha, logo no final dos anos 1800 a companhia sul mineira de viação construiu sua rede ferroviária interligando Três Corações, Itajubá, Pouso Alegre e Jacutinga que interligava à Rede Mogiana. A conexão estava feita para avançar no estado de São Paulo até a capital, carga e passageiros. Na outra ponta era com a malha mineira que alcançaria a capital Belo Horizonte (BH) e a malha carioca. A partir de 1950 o governo progressista JK abriu estradas possibilitando o desenvolvimento automobilístico e o escoamento de produtos sobre pneus. Borda da mata estava novamente na rota do progresso, a MG 290, que corta a cidade interligando-a a Itapira, Mogi mirim e na outra ponta uma conexão Importante na rodovia Fernão Dias em pouso alegre que liga BH à São Paulo. Nesse mesmo nó tem a Rodovia Poços de Caldas x Itajubá, até a via Dutra transpondo a serra da Mantiqueira que interliga o Rio de Janeiro a São Paulo, + - 400 quilômetros. Dessa forma, Borda foi se desenvolvendo através das facilidades que foram sendo oferecidas - muitos imigrantes italianos aqui chegaram trazendo os seus ofícios: Alfaiates, sapateiros, sitiantes, fazendeiros, produtores de banha, de laticínios e o café que se tornou a grande cultura brasileira nos anos 1920/1930. A cidade se mantinha na rota do progresso! Mas seu ciclo industrial se deu mais recentemente, após 1970, com o surgimento do circuito mineiro das malhas, onde estão Jacutinga, Monte Sião, Borda da Mata, Ouro Fino, Inconfidentes etc. Borda se vocacionou para os pijamas alcançando destaque nacional neste cenário. Daí outros produtos ganharam destaques, fabricação de cortinas e acessórios, almofadas, guarnições de cama e mesa, lingerie etc. Se tornou uma opção estratégica produzir em Borda da Mata pela sua logística! A cidade é agradável pela sua gente hospitaleira, seu clima é considerado um dos melhores, com as quatro (4) estações se alternando regularmente. Sua altitude na praça central é de 880 (oitocentos e oitenta) metros e na Serra da Bocaina de 1250 (mil, duzentos e cinquenta) metros, está situada no Caminho da Fé entre Tambaú e Aparecida, sendo mais ou menos (+-) a metade do trajeto. Tem uma bonita praça com traçado privilegiado com fonte, coreto e o sinal da fé cristã tradicional, sua matriz, agora Basílica inaugurada nos anos de 1950. Foi em Borda também que a fé cristã reformada dos anos 1500 vinda da Europa chegou vindo através de missionários americanos. Eram os presbiterianos com seu pioneirismo em Minas Gerais. Foi assim que logo a partir de 1869 no Bairro Palmas foi fundada a 1ª igreja de Minas Gerais. Pelas famílias Gouveia, Toledo, Teixeira, Borges, Machado, Rodrigues, Tavares, habitantes dos Bairros Palma, Contendas, Jacu, Espraiado, Pedra Negra, Paredes, Mogi, Segredo etc. que passaram para a história com seu protagonismo! Registra a história nas atas, dos primeiros anos de fundação que após terem os missionários fundado no Rio de Janeiro a 1ª igreja reformada, em 1862; foi em São Paulo, capital, em 1865 que fundaram a 1ª igreja reformada naquele Estado. De lá, passando por Brotas vieram para Borda e logo em 1869 estavam organizando a igreja que se tornaria pioneira em Minas Gerais, em terras de (do Bairro) Palmas e esses fazendeiros com suas famílias em parte ou no todo e seus auxiliares inclusive o registro de vários escravos aderiram ao movimento mineiro cristão reformador e se tornaram protagonistas da história e suas famílias sustentam o legado até os dias atuais. A partir de Borda cidade mineira, de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia, Acre, foram alcançadas pela migração de famílias que buscavam novas fronteiras de desenvolvimentos do Brasil. Uma visão missionária! Em 1903 houve o movimento presbiteriano por aqueles que defendiam a tese de uma igreja brasileira e sem Maçons. Surgiu então a IPI - Igreja Presbiteriana Independente brasileira. Borda aderiu ao movimento e defende essa bandeira. A partir de então ela se tornou a fiel depositária dessa história e através de sua sede Institucional situada na esquina das ruas Herculano Cobra e Reverendo ABT onde estão as instalações. Templo inaugurado em 1957, casa pastoral, edifício de educação religiosa ABT e mais recentemente o espaço para eventos incluindo os esportivos.
SOBRE A FÉ CRISTÃ TRADICIONAL EM BORDA DA MATA
Com a chegada do primeiro casal oriundo de Atibaia-SP por volta de 1750 deu-se início à ocupação da região entre Ouro Fino e Pouso Alegre que se tornaria: povoado, vila, freguesia, distrito e finalmente cidade de Borda da Mata. A história registra que em 1823 ergueu-se o oratório de Borda da Mata filial da freguesia de Ouro Fino sendo que o oratório recebeu o nome de Nossa Senhora do Carmo. Consta que o Bispo Dom Mateus de Abreu Pereira, Bispo de São Paulo, fez provisão para o oratório e capela dedicada. Consta que o padre Fiuza foi quem celebrou a primeira missa no local. Sempre ligado a cúria de São Paulo, foi depois transferida para a Diocese de Pouso Alegre onde permanece até hoje. Em 1958, inaugurou a sua matriz com a presença do Bispo e sobre o governo do então Cônego Pedro Cintra que marcou época vindo a emprestar para a história seu nome em rua, monumentos, praça, instituição como o asilo, a festa da padroeira nossa senhora do Carmo, em 16 de julho é o ponto alto de confraternização das famílias borda-matenses – Dom João Rezende Costa é figura ilustre com laços familiares em Borda da Mata. Borda da Mata tem o Rio Mandu que nasce no bairro Mandu, no município vizinho de Ouro Fino, 15 (quinze) km acima, Bogari, Palmeiras do Mandu, Pontilhão, chegando em Borda no bairro da Estação onde ocorriam as pescarias de traíras, mandis, lambaris e outros e descia pela Santa Cruz, Ponte de Zinco e tomava rumo de Pouso Alegre. Nesse curso, suas várzeas eram tomadas por jacarés, capivaras, antas, pacas, e nas matas vizinhas era o habitat de lobos veados e onças. O Rio Mandu depois de banhar Borda da Mata e se prestar como celeiro de peixes permite a irrigação das lavouras de batata e mais recentemente (25 anos) se tornou a fonte de água potável após tratamentos para a gente borda-matense, em Pouso Alegre 25 km abaixo, suas águas são guardadas para compor os fatores hídricos da microrregião em direção à represa de Furnas. Outro rio é o Mogi Guaçu que nasce na serra de Camanducaia, Cambuí, Bom Repouso, chegando em tocos do Moji, a primeira cidade a homenageá-lo (ex distrito de Borda). Hoje é divisor de territórios entre Borda e Tocos com suas quedas desde o ano 1900 abrigou hidrelétrica capaz de tirar Borda da escuridão. Foi uma doação da família Machado do Segredo em troca de benefícios 20 km para trás, filhos de Josefa Teixeira e a IPI de borda. Hoje sua usina moderna está interligada a malha sul mineira de eletricidade com alcance nacional. Com as concessões estaduais e estatais, esse modelo foi desfeito, respaldado pela legalidade. O rio segue seu curso passando por Ouro Fino, Jacutinga, Itapira e alcança a cidade de Mogi Guaçu onde prossegue pelas bacias do Estado em direção ao Rio Grande e depois o Rio Paraná. O município de Borda possui dois distritos situados a 20 km da sede: no Sertãozinho do lado leste e o Cervo do lado oeste. Cada um acolhe 2000 (dois mil) habitantes, 10 % (dez por cento) da população da cidade. O município conta com uma malha municipal de estradas de 400 km que servem pedestres, cavaleiros, carroceiros, boiadeiros, carro de bois, motos, automóveis, caminhões, motocicletas, hoje com seus vários circuitos estabelecidos, está aberto à prática do esporte e à competições por suas terras altaneiras. São esses esportistas que detém conhecimento do município nos seus detalhes. Ainda sobre o cultivo de produtos do campo em borda da mata o milho alcança altas taxas de produtividade (500 sacos/alqueire paulista) sendo a principal lavoura de verão, a soja começa a surgir concorrendo com o milho, batata e hortaliças ocupam boa parte do cinturão da cidade. Suas montanhas permanecem ocupadas pelas matas e as áreas baixas secas são destinadas para os setores produtivos, as várzeas se mantêm preservadas protegendo os rios, córregos e nascentes. É uma forma de se estabelecer o equilíbrio ecológico. O leite é produzido desde as técnicas tradicionais até as mais modernas com produção diária de 5000 (cinco mil) litros até 50.000 (cinquenta mil) litros em apenas uma sede. As águas do Subsolo são buscadas para atividades de elevado consumo através de poços artesianos. Sobre a política, a partir de 1939, borda passou a ter prefeito próprio, de lá pra cá, em 1996, 1 prefeito presbiteriano foi eleito, DR. Dorival Carlos Borges. Carlos Pereira de Toledo e Natalício Costa Junior foram vereadores.
SOBRE A FÉ CRISTÃ HISTÓRICA
Ela nasceu em Jerusalém, passou por Roma, Estados Unidos, chegou ao Brasil em 1860 e passou pelo Rio de Janeiro, depois São Paulo, chegou em Minas em 1869. Sendo o bairro Palmas o escolhido para fundar a 1ª igreja mineira da Reforma. Do ano 1513 em diante surgiram os presbiterianos do ramo Calvinista, era o movimento protestante ganhando corpo mundo a fora e dessa vez no Brasil, Rio, São Paulo, Borda, uma sua bíblia, um só credo. Afinal uma só família somos! Família cristã que confessa a Santíssima Trindade! A reformas continuaram a ocorrer pelas diversas interpretações bíblicas ou por momentos políticos ou ainda por rupturas pessoais. Assim foi ganhando corpo: a Congregação Cristã, Assembleia de Deus, os Batistas, da Graça, Universal do Reino de Deus, entre outras. A praça da Bíblia inaugurada pelo prefeito Dr. Vavá em 1998 é um ponto de convergência dos cristãos borda-matenses. A imagem do Cristo Redentor e acolhedor no encontro do Córrego das Amoreiras com a MG290 é um símbolo de fé para todos os cristãos tradicionais e reformados e para as denominações que se sucedem. O mesmo ocorre com a figura do ilustre monsenhor Pedro Cintra cujo nome está cunhado no Asilo borda-matense - ele que representou por longos anos a fé cristã tradicional em Borda. No local há um monumento em homenagem aos apóstolos cristãos. A cidade de Borda da Mata depois de ter tido dificuldades de convivência 1950/1960, chegando a separar o cemitério em 2 alas, hoje convive harmonicamente com as religiões das várias denominações. Borda da Mata é uma cidade de famílias cristão.